Descripción
Ah, esses momentos desiguais que compõem a vida, cada vida, mesmo a que parece sempre tão igual a si mesma e a tantas outras, encontram na autora portuguesa Raquel Laranjeira Pais uma retratista minuciosa. Todos os seus contos trazem na receita uma pitada ou mais de aflição. Momentos de crise e momentos de libertação. Momentos de extravasamento da alma que vêm se deitar à superfície do papel como uma mulher deitada na cama que é “barco magro em lago estéril” ou um homem pequeno tão “cômodo na rebentação” de seu cotidiano. De um lado e outro do Atlântico, a espera contém o desespero e não o contrário. De um jeito, e numa sintaxe, muito lusitano e muito brasileiro, as personagens buscam fazer sentido primeiramente para elas mesmas. Quase sempre femininas, tentam abrir caminho – ou entender onde saíram da trilha certa – numa selva urbana de plantas domesticadas e animais indomesticáveis. Há muitos e diversos bichos nas histórias de Raquel e todos são personagens involuntárias e indiferentes do drama humano. Mas indiferença é uma das sensações que o leitor deste livro não terá.





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